Nos estudos gramaticais da Língua portuguesa chamamos esse tipo de vício de linguagem como cruzamento sintático tanto é que sim é um deslize saber que além de subverterem a sintaxe da língua portuguesa, podem prejudicar o entendimento de uma mensagem.
Observe as frases a seguir:
1) “Este livro é para eu ler.”
2) “Este livro é para mim ler.”
Você notou alguma coisa diferente na construção dessas frases? Você acha que elas estão sintaticamente corretas? Se a sua resposta for sim, certamente você precisa saber um pouco mais sobre um fenômeno curioso e corriqueiro da língua portuguesa chamado cruzamento sintático.
Os cruzamentos sintáticos surgem quando, a partir de duas formas ou estruturas semelhantes, cria-se uma terceira, que normalmente subverte as regras gramaticais. Os cruzamentos afetam a regência de determinados verbos e também a estruturação oracional. Observe alguns exemplos de cruzamentos sintáticos quanto à regência:
“O Eu é um pronome pessoal reto, devendo ser utilizado quando assume a função de sujeito. Assim, para eu deve ser utilizado sempre que se referir ao sujeito da frase e for seguido de um verbo no infinitivo que indique uma ação.O Eu é um pronome pessoal reto, tanto que devemos utilizar quando este assume a função de sujeito, assim sempre que se referir ao sujeito da frase e for seguido de um verbo no infinitivo que possa indicar uma ação, abaixo formas corretas de se escrever respeitando esse cruzamento sintático:
Era para eu fazer esta proposta.
Pediram para eu trazer a apresentação.
Vai embora agora para eu trabalhar mais rápido.
Eles disseram para eu ir com eles.
Como o verbo “fazer” é transitivo direto, ele dispensa o complemento introduzido pela preposição. No entanto, o cruzamento sintático ocorreu em virtude da contaminação do verbo “fazer”, abaixo formas erradas do cruzamento sintático.
Formas erradas:
- para mim fazer;
- para mim trazer;
- para mim trabalhar;
- para mim ir.
Pega a visão!
Sempre que houver um verbo no infinitivo deverá ser usado eu:
para + eu + verbo no infinitivo.
Quando usar o "para mim"?
Mim é um pronome pessoal oblíquo tônico. É utilizado quando assume a função de objeto indireto, e quase sempre é precedido por uma preposição. Assim, "para mim" deve ser sempre utilizado se referindo ao objeto indireto da frase.
Observe agora um exemplo de cruzamento sintático quanto à estrutura oracional:
Este presente é para mim.
Eles contaram a verdade apenas para mim.
Será que ele vai fazer isso para mim?
Para mim, este é o melhor álbum da banda.
E tenho dito! abraços a todos!