"Para mim" ou "para eu"?

sexta-feira, 4 de junho de 2021 0 comentários

 Nos estudos gramaticais da Língua portuguesa chamamos esse tipo de vício de linguagem como cruzamento sintático tanto é que sim é um deslize saber que além de subverterem a sintaxe da língua portuguesa, podem prejudicar o entendimento de uma mensagem.


Observe as frases a seguir:

1) “Este livro é para eu ler.”

2) “Este livro é para mim ler.”

Você notou alguma coisa diferente na construção dessas frases? Você acha que elas estão sintaticamente corretas? Se a sua resposta for sim, certamente você precisa saber um pouco mais sobre um fenômeno curioso e corriqueiro da língua portuguesa chamado cruzamento sintático.

Os cruzamentos sintáticos surgem quando, a partir de duas formas ou estruturas semelhantes, cria-se uma terceira, que normalmente subverte as regras gramaticais. Os cruzamentos afetam a regência de determinados verbos e também a estruturação oracional. Observe alguns exemplos de cruzamentos sintáticos quanto à regência:

“O Eu é um pronome pessoal reto, devendo ser utilizado quando assume a função de sujeito. Assim, para eu deve ser utilizado sempre que se referir ao sujeito da frase e for seguido de um verbo no infinitivo que indique uma ação.

O Eu é um pronome pessoal reto, tanto que devemos utilizar quando este assume a função de sujeito, assim sempre que se referir ao sujeito da frase e for seguido de um verbo no infinitivo que possa indicar uma ação, abaixo formas corretas de se escrever respeitando esse cruzamento sintático:

Era para eu fazer esta proposta.
Pediram para eu trazer a apresentação.
Vai embora agora para eu trabalhar mais rápido.
Eles disseram para eu ir com eles.

Como o verbo “fazer” é transitivo direto, ele dispensa o complemento introduzido pela preposição. No entanto, o cruzamento sintático ocorreu em virtude da contaminação do verbo “fazer”, abaixo formas erradas do cruzamento sintático.

Formas erradas:

  • para mim fazer;
  • para mim trazer;
  • para mim trabalhar;
  • para mim ir.

Pega a visão!
Sempre que houver um verbo no infinitivo deverá ser usado eu:
para + eu + verbo no infinitivo.

Quando usar o "para mim"?

Mim é um pronome pessoal oblíquo tônico. É utilizado quando assume a função de objeto indireto, e quase sempre é precedido por uma preposição. Assim, "para mim" deve ser sempre utilizado se referindo ao objeto indireto da frase.

Observe agora um exemplo de cruzamento sintático quanto à estrutura oracional:

Este presente é para mim.
Eles contaram a verdade apenas para mim.
Será que ele vai fazer isso para mim?
Para mim, este é o melhor álbum da banda.


E tenho dito! abraços a todos!

Linguística Textual, uma breve análise da questão nº 01 ciências Humanas e suas Tecnologias (texto citado de Simone de Beauvoir)

segunda-feira, 26 de outubro de 2015 0 comentários

QUESTÃO 01


Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino.  
Resposta correta:


Letra C "organização de protestos públicos para garantir a igualdade de gênero", o item "C" no caderno de provas de cor branca.


Objetivo: Análise Linguístco Textual, LT, gramática textual.



           Imagine você meu caro leitor se deparar com um texto desfragmentado de alguma autora que nunca leu em sua vida e tiver que acertar a questão por analogia? ou melhor, se você  tiver uma mente mais informada vai logo entender de que se trata de algum a coisa referenciada ao feminismo,ou
questão de gênero, isso porque foi uma grande surpresa para os candidatos ir de encontro a um tema polêmico na atualidade brasileira que versa sobre um pensamento de uma Filosofa que participou de um movimento social na década de 1960 e lutando pelos direitos das mulheres em igualdade de gênero, esse pensamento Beauvoir contribuiu com maestria.
       
          Bom, até aqui tudo bem, mas vamos entender sob ótica da LT que enxerga uma linha de pensamento embasada no conhecimento de uma gramática estrutural e gerativa, mas não iremos entrar em muitos detalhes sobre a  LT  aqui neste texto, tanto porque isso seria em uma outra ocasião.

Segundo  Marcushi, ele  afirma existir um dogma de fé relacionado a gramática do texto,desse modo ao analisar essa questão em que foi citada a autora de ideias feministas,entre aspas,porque de forma implícita  em momento algum ela disse pertencer a tal nomenclatura, mas parece não fazer sentido do elaborador da questão pegar uma frase ou citação e tentar alocar uma conexão conceitual
cognitiva (coerência) em cima de uma contextualização que está isolada do texto original do autor, mesmo que parafraseando os descritores da questão pertinente nos parece que ficou subjetiva,abstrata e longe de interpretações concretas. A partir daí ficamos pensando nessa questão, podemos dizer, ela não foi mal formulada/elaborada, pois o elaborador colocou somente a parte que ela cita em pedaços(fragmentos), fazendo assim como se ela não terminasse sua linha de raciocínio deixando para trás um Leitor sem entender que, se enfatiza somente o fato dessa autora ser feminista e nada mais, porém do ponto de vista do leitor mais que indutivo ele aderiu ao intento do elaborador.
       
          A redação também falou sobre o tema de igualdade de gênero afirmando porque "a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira" tem o mesmo seguimento em  aclarar com o  mesmo propósito ?imagina o que isso está a gerar neste momento nas redes sociais?  mas ainda bem que nos estudos de Linguagem não é isso que vamos analisar agora, pois a questão é: se você analisar somente a frase  "ninguém nasce mulher torna-se mulher" vai ter um pensamento autocritico que não dará a autora nenhum respaldo para explicar o que ela quis realmente dizer com isso, e deixando de ir além do texto como um todo.

           Agora meu caro leitor assíduo amigos/alunos e estudantes, iremos tentar força-los a entender melhor , em especial aos que fizeram a prova do ENEM2015, simplificando,desmistificando com alguns conceitos na LT, onde esses ilustres  autores como Leonor Lopes Fávero e Ingedore Villaça Koch, Marcushi, tratam de uma forma o texto não como fragmento mas como um todo, esse é o dogma de fé de que Marcushi carrega consigo, pois o TEXTO é uma unidade linguísticamente superior à frase – e uma certeza: a gramática de frase não dá conta do texto” (p.16) Luiz Antonio Marcuschi. Essa questão foi infeliz nessa parte em desfragmentar uma frase forte de um pensamento inovador  que Ninguém nasce mulher: torna-se mulher"somente essa frase de Simone de Beauvoir em O Segundo Sexo se tornou tão forte e tão repetida que é, ao mesmo tempo, um tributo e um desserviço a sua obra e fazendo que novamente um texto como esse totalmente desfragmentado se passe por desconhecido aos leitores.
          Percebemos de tão perto esse enigma indecifrável, e o nosso objetivo em enfatizar que,o elaborador tentou tornar implícito os efeitos de sentido desfragmentando de uma forma talvez proposital e enviesada; mas sabemos que temos alunos atentos às questões de gênero, nós mesmo professores, sabíamos que cairia na prova alguma questão de gênero, e logo a profecia se fez, (risos),quem está acostumado com o tema tanto nas questões quanto na redação temos a total certeza que os candidatos se sairia bem, no entanto, nem todos conhecem os textos de  Simone de Beauvoir, e  ainda mais a mente de um elaborador que coloca uma parte de um parágrafo de algum texto deixando  o candidato em dúvidas de não a responder a questão mas sim de entender o que essa autora quis dizer em uma pequena frase, a estudante logo se desespera ou começa rir no exato momento em que se depara com a questão, imaginamos que ele ao menos deveria ter colocado o texto inteiro, pois ninguém é obrigado a saber de tudo, a não ser que leia antes para entender como um todo, por isso o texto não se pode desfragmenta-lo é a sua ideologia, seu raciocínio categorizado ali, isso não é uma simples nomenclatura, vai muito além da frase, e tenhamos dito.

Wilton R. Cruz.




TEXTO não desfragmentado:

Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam de feminino. Somente a mediação de outrem pode constituir um indivíduo como um Outro. Enquanto existe para si, a criança não pode apreender-se como sexualmente diferenciada. Entre meninas e meninos, o corpo é, primeiramente, a irradiação de uma subjetividade, o instrumento que efetua a compreensão do mundo: é através dos olhos, das mãos e não das partes sexuais que apreendem o universo. O drama do nascimento, o da desmama desenvolvem-se da mesma maneira para as crianças dos dois sexos; têm elas os mesmos interesses, os mesmos prazeres; a sucção é, inicialmente, a fonte de suas sensações mais agradáveis; passam depois por uma fase anal em que tiram, das funções excretórias que lhe são comuns, as maiores satisfações; seu desenvolvimento genital é análogo; exploram o corpo com a mesma curiosidade e a mesma indiferença; do clitóris e do pênis tiram o mesmo prazer incerto; na medida em que já se objetiva sua sensibilidade, voltam–se para a mãe: é a carne feminina, suave, lisa, elástica que suscita desejos sexuais e esses desejos são preensivos; é de uma maneira agressiva que a menina, como o menino, beija a mãe, acaricia-a, apalpa-a; têm o mesmo ciúme se nasce outra criança; manifestam-no da mesma maneira: cólera, emburramento, distúrbios urinários; recorrem aos mesmos ardis para captar o amor dos adultos.
Até os doze anos a menina é tão robusta quanto os irmãos e manifesta as mesmas capacidades intelectuais; não há terreno em que lhe seja proibido rivalizar com eles. Se, bem antes da puberdade e, às vezes, mesmo desde a primeira infância, ela já se apresenta como sexualmente especificada, não é porque misteriosos instintos a destinem imediatamente à passividade, ao coquetismo, à maternidade: é porque a intervenção de outrem na vida da criança é quase original e desde seus primeiros anos sua vocação lhe é imperiosamente insuflada.
O Segundo Sexo, volume 2. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1967, 
2ª edição, pp. 9-10


Referências Bibliográficas:


FÁVERO, L.L. & KOCK, I.V. Linguística Textual - Introdução. São Paulo: Cortez. 1983. MARCUSCHI, L.A. Linguística de Texto – o que é e como se faz. Recife: Série Debates 1, Universidade Federal de Pernambuco, 1983. NEIS, I.A. “Por uma Gramática Textual”. Letras de Hoje, 44, PUC/RS, 1981.









DICAS DE COMO SE INICIAR UMA REDAÇÃO

terça-feira, 20 de outubro de 2015 0 comentários





Levantamento de Frases-modelo para Introdução de um texto
Estas frases ajudam no início da introdução. Não tomem estas frases como regra infalível. Antes de usá-las, analise bem o tema planeje incansavelmente o desenvolvimento, use sua inteligência, para ter certeza daquilo que será incluso em seu texto. Só depois disso, use estas frases: 
a) É de conhecimento geral que
b) Todos sabem que, em nosso país, há tempos, observa-se…
c) Nesse caso, utilizei circunstância de lugar (em nosso país) e de tempo (há tempos). Isso é só para mostrar que é possível acrescentar circunstâncias diversas na introdução, não necessariamente estas que aqui estão. Outro elemento com o qual se deve tomar muito cuidado é o pronome se. Nesse caso, ele é partícula apassivadora, portanto o verbo deverá concordar com o elemento que vier à frente (singular ou plural)
d) Cogita-se, com muita freqüência de…
O mesmo raciocínio da questão anterior, agora com a circunstância de modo (com muita freqüência)
a) Muito se tem discutido, recentemente, acerca de…
b) Muito se debate, hoje em dia…
Partícula apassivadora novamente. Cuidado com a concordância.
a) O (A) __________ é de fundamental importância em…
b) É de fundamental importância o (a)___________.
c) É indiscutível que…/ inegável que…
d) Muito se discute a importância de…
e) Comenta-se, com freqüência, a respeito de…
f) Não raro, toma-se conhecimento, por meio de…, de
g) Apesar de muitos acreditarem que… (refutação).
h) Ao contrário do que muitos acreditam … (refutação).
i) Pode-se afirmar que, em razão de …( devido a, pelo)
j) Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se descobrir as causas de…
1) Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual…
m) Ao analisar o (a, os, a)…, é possível conhecer o (a, os, as)…, pois…

Frases-modelo para o Desenvolvimento de um texto
Frases que ajudam no início do desenvolvimento. Não tomem estas frases como receita infalível. Antes de usá-las, analise bem o tema, planeje incansavelmente o desenvolvimento, use sua inteligência, para ter certeza daquilo que será incluso em seu texto. Só depois disso, use estas frases:
a) Frases para parágrafos que explorem causas e conseqüências:
Ao se examinarem alguns… yerifica-se que …
Pode-se mencionar, por exemplo…,
Em conseqüência disso, vê-se, a todo instante,…
b) Frases para parágrafos que explorem prós e contras
Alguns argumentam que… Além disso … . Isso sem contar que …..
Outros, porém,… Há registros históricos de… que…
c) Frases para parágrafos que explorem trajetória histórica
No século… / Em meados dos anos… Quando…, percebia-se que…
Atualmente, observa-se que…
Em conseqüência disso, nota-se…
d) Outras frases:
Dentre os inúmeros motivos que levaram  o (ao) ….. é incontestável que…
Conectivos a serem Utilizados na ligação entre os parágrafos do Desenvolvimento
É muito importante que os parágrafos do desenvolvimento tenham ligação; a fim de que não transformem o texto em uma seqüência de parágrafos desconexos. Segue, a seguir, uma série de frases para a ligação entre os parágrafos.
a) Além disso…
b) Outro fator existente
c)Outra preocupação constante…
d) Ainda convém lembrar …
e) Por outro lado…
f) Porém, mas, contudo, todavia, no entanto, entretanto …
g) Expressões do tipo “quanto ao primeiro item”, “No que tange ao…” “Finalmente no que diz respeito…”. Vão dar coesão ao texto.
Frases-modelo, para o inicio da Conclusão

– Frases que podem ajudar no início da conclusão. Não tomem estás frases como receita infalível. Antes de usá-las, analise bem o tema, planeje incansavelmente o desenvolvimento, use sua inteligência, para ter certeza daquilo que será incluso no seu texto. Só depois disso, use estas frases:
a) Em virtude dos fatos mencionados…
b) Por isso tudo…
c) Levando-se em consideração esses aspectos…
d) Dessa forma…
e) Em vista dos argumentos apresentados…
f) Dado o exposto…
g) Tendo em vista aspectos observados…
h) Levando-se em conta o que foi observado…
i) Em virtude do que foi mencionado…
j) Por todos, esses aspectos…
k) Pela observação dos aspectos analisados…
1) Portanto … / logo…/ então…/Assim… –
m) Em face aos dados apresentados… Em face a essa realidade …..
Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão com as seguintes frases:
somos levados a acreditar que
entendemos que
entende-se que
concluímos que…
conclui-se que…
percebemos que…
percebe-se que…
resta aos homens…
é imprescindível que todos se conscientizem, que se sensibilizem de que de…
só nos resta esperar que …
é preciso que…
é necessário que…
faz se necessário que…
Levantamento dos elementos de ligação mais usuais empregados na dissertação — advérbios, locuções, conjunções, verbos e preposições. Os itens seguintes encerram o significado de cada grupo de elementos de ligação.
RELAÇÃO DE SENTIDOELEMENTOS DE LIGAÇÃO DE IDÉIAS
Prioridade, relevânciaEm primeiro lugar, acima de tudo precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo.
Tempo (freqüência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posteridade)Então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente, hoje, freqüentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas.
Semelhança, comparação, conformidadeIgualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como,bem como, corno se.
Condição, hipóteseSe, caso, eventualmente, desde que, contanto que, a não ser que, salvo se, como, conforme, segundo, de acordo com, em conformidade com, consoante, para, em consonância.
AlternânciaOu, ora…ora, já…já, seja…seja, quer,..quer.
ExplicaçãoPois, porque, por, porquanto, uma vez que, visto que, já que, em virtude de.
Fazer concessãoApesar de, embora, ainda que, se bem que, por mais que,por menos que, por melhor que, por muito que, mesmo que.
Para concluirPortanto, por isso, assim sendo, por conseguinte, conseqüentemente, então, deste modo, desta maneira, em vista disso, diante disso, mediante o exposto, em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, pois, portanto, pois, (depois do verbo), com isso, desse/deste modo; dessa/desta maneira, dessa/desta forma, assim, em vista disso, por conseguinte, então, logo, destarte.
Para incluirTambém, inclusive, igualmente, até (inclusive)
Adição, continuaçãoAlém disso,outrossim, ainda mais, ainda por cima, por outro lado, também e as conjunções aditivas (e nem, não só…mas também e, nem, também, ainda além de, não apenas…como também, não só…bem como, também, inclusive igualmente, até, bem como, não só… mas ainda, não somente mas também, alem de, com efeito, por outro lado, ainda, realmente, ora, acrescentando-se que, acrescente-se que, saliente-se ainda que, paralelamente, alem disso, ademais, alem do mais, alem do que, tanto…quanto, como se não bastasse,tanto… como.
DúvidaTalvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que.
Certeza, ênfaseDe certo, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente,com toda a certeza.
Surpresa, imprevistoInesperadamente, inopinadamente, de súbito, imprevistamente surpreendentemente.
Ilustração, esclarecimentoPor exemplo, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber.
Propósito, intenção,FinalidadeCom o fim de, a fim de, com o propósito de
Lugar, proximidade, distânciaPerto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro fora, mais adiante, além,acolá, lá, ali, algumas preposições e os pronomes demonstrativos.
Resumo, recapitulação,conclusãoEm suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, por isso, assim sendo, por conseguinte, conseqüentemente então, deste modo, desta maneira,em vista disso, diante disso.
Causa, conseqüência e explicaçãoAssim, de fato, com efeito, que, já que, uma vez que, visto que, por conseguinte, logo, pois (posposto ao verbo), então conseqüentemente, em vista disso, diante disso, em vista do que, de (tal) sorte que, de (tal) modo que de, (tal) maneira que…, por conseqüência, como resultado, tão…que, tanto…que, tamanha(o)…que, tal … que…,decorrente de, em decorrência de, conseqüentemente, com isso, que, porque, pois, como, por causa de, já que, uma vez que, porquanto; na medida em que, visto que.
Contraste, oposição, restrição, ressalvaPelo contrário em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, embora, apesar, ainda que, mesmo que, posto que, conquanto que, se bem que, por mais que, por menos que, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, senão, opor-se, contrariar, negar, impedir, surgir em oposição, surgir em contraposição apresentar em oposição, ser contrário.
AfirmaçãoConsistir, constituir, significar, denotar, mostrar, traduzir-se por, expressar, representar, evidenciar.
CausalidadeCausar, motivar, originar, ocasionar, gerar, propiciar, resultar, provocar, produzir, contribuir, determinar, criar.
FinalidadeVisar, ter em vista, objetivar, ter por objetivo, pretender, tencionar, cogitar, tratar, servir para, prestar-se para.
Palavras de transiçãoPalavras responsáveis pela coesão do texto por estabelecem a inter-relação entre os enunciados (orações, frases, parágrafos), são preposições, conjunções alguns advérbios e locuções adverbiais. Inicialmente (começo introdução) desde já (começo introdução) a principio, a priori (começo), em primeiro lugar (começo)além disso (continuação), do mesmo modo (continuação), acresce que (continuação), ainda por cima (continuação), bem como (continuação),  outrossim (continuação), enfim (conclusão), dessa forma (conclusão), em suma (conclusão), nesse sentido (conclusão), portanto (conclusão), afinal (conclusão),logo após (tempo), ocasionalmente (tempo), posteriormente (tempo)atualmente (tempo), enquanto isso (tempo), imediatamente (tempo), não raro (tempo), concomitantemente (tempo), igualmente (semelhança, conformidade), segundo (semelhança, conformidade), conforme (semelhança conformidade) assim também (semelhança, conformidade), de acordo com (semelhança, conformidade), daí (causa e conseqüência), por isso (causa e conseqüência), de fato (causa e conseqüência), em virtude de (causa e conseqüência), assim (causa é conseqüência) naturalmente (causa e conseqüência),  então (exemplificação esclarecimento), por exemplo (exemplificação, esclarecimento) isto é (exemplificação esclarecimento), a saber (exemplificação, esclarecimento), em outras palavras (exemplificação esclarecimento), ou seja (exemplificação esclarecimento) quer dizer (exemplificação esclarecimento) rigorosamente falando (exemplificação, esclarecimento).
Coesão por substituiçãoSubstituição de um nome (pessoa, objeto, lugar etc) verbos períodos ou trechos do texto por uma palavra ou expressão que tenha sentido próximo, evitando a repetição no corpo do texto.Ex.: Porto Alegre pode ser substituída  por “a capital gaucha;Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos Escravos ;João Paulo II: Sua Santidade;
Vênus: A Deusa da Beleza.


FONTE: https://romaojunior.wordpress.com/2010/08/16/dicas-para-como-iniciar-uma-redacao/

Metáforas na dissertação

terça-feira, 4 de novembro de 2014 0 comentários


Vez por outra os alunos me perguntam se é proibido usar metáforas na dissertação. Proibido não é, mas não se recomenda. A metáfora constitui um desvio semântico, um modo de dizer que extrapola os limites da linguagem informativa ou referencial.

Geralmente quem a produz busca expressar estados afetivos e emocionais, dizendo coisas do tipo: “Você é uma luz nas sombras da minha vida” (isso é apenas um exemplo, não um modelo...). 

Não é esse o objetivo do texto dissertativo. Dissertar é expor com objetividade opiniões sobre determinado aspecto da realidade. Por ela se mede o poder argumentativo do aluno, que deve manifestar com rigor seu ponto de vista.

A metáfora exige imaginação e domínio lingüístico. Como ela é uma imagem, deve funcionar tanto por seu conteúdo quanto por sua forma. De metáforas a língua está cheia (no sentido literal e metafórico) e a fonte que as renova é por excelência o texto poético – não o texto em prosa.

Isso não quer dizer que a dissertação escolar deva ser incolor, insípida, pobre em expressividade. Como os conceitos existem a partir do mundo real, mesmo o pensamento abstrato precisa de elementos concretos para se formular. 

São bem-vindas as metáforas que concretizam noções abstratas e dão suporte e vigor ao pensamento. Quando se fala em “eixo da argumentação”, “umbigo do problema”, “franja do raciocínio”, está-se usando metáforas desse tipo. Elas não são poéticas, são funcionais. 

Outro dia, numa dissertação sobre as incertezas da adolescência, um de meus alunos referiu-se à “ante-sala do medo”. Nada mais próprio para sugerir ansiedade, ameaça futura, do que essa imagem de uma ante-sala a separar o perigo real da idéia (ou do temor) que se tem dele. Metáforas como essa não constituem nenhum despropósito.


Fonte: http://www.chicoviana.com/escritos.php?id=59

As funções do se

segunda-feira, 3 de novembro de 2014 0 comentários


Expressões que mediante a oralidade se tornam triviais, visto que apenas são proferidas pelo emissor sem que este se atenha a uma análise minuciosa em relação à sua empregabilidade. Entretanto, quando estudadas de acordo com a morfologia e a sintaxe, percebemos que exercem distintas funções, levando em consideração o contexto em que se encontram inseridas. 

Desta feita, analisaremos cada caso de modo particular para que possamos compreender melhor como essas ocorrências se efetivam e, sobretudo, pelo fato de que elas compõem a maioria dos conteúdos gramaticais requisitados em vestibulares e concursos. Razão pela qual se tornam passíveis de total atenção.

Quando analisada de acordo com sua classe morfológica, o termo em estudo adquire as seguintes classificações:

Substantivo
Neste caso, aparece antecedido de um determinante (artigo, pronome etc.) ou especifica outro substantivo.

Este “se” não está classificado corretamente.

Conjunção 

Quando assim classificado, se caracteriza apenas como subordinativas, assumindo as devidas posições:

a) Conjunção subordinativa integrante – Introduz uma oração subordinada substantiva.
Ex: Analisamos se as propostas eram convenientes.                             Oração subordinada substantiva objetiva direta
 
b) Conjunção subordinativa causal – relaciona-se a “já que”, “uma vez que”. 
Se não tinha competência para o cargo, não poderia ter aceitado a proposta.
Oração subordinada adverbial causal

c) Conjunção subordinativa condicional – estabelece um sentido de condição, podendo equivaler-se a “caso não”. 
Ex: Se tivéssemos saído mais cedo, poderíamos aproveitar mais o passeio.
Or. subordinada adverbial condicional

Pronome
Integrando a classe dos pronomes oblíquos, pode também assim ser classificado:

a) Pronome apassivador – Relaciona-se a verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos, estando na voz passiva sintética.

Dica importante:
No intuito de reconhecer a devida ocorrência, recomenda-se mudar o verbo para a voz passiva analítica.

Ex: Fiscalizaram-se várias CNHs.

Fazendo tal permutação, obteríamos: Várias CNHs foram fiscalizadas.

b) Índice de indeterminação do sujeito – Relaciona-se a verbos intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação, uma vez conjugados na 3ª pessoa do singular.

Nota importante:
De modo a identificar tal classificação, basta substituirmos o “se” por alguém ou ninguém. 

Ex: Precisa-se de funcionários qualificados.
Alguém precisa de funcionários qualificados.

c) Parte integrante do verbo – integra verbos essencialmente pronominais, ou seja, aqueles que necessariamente trazem para junto de si o pronome oblíquo, denotando quase sempre sentimentos e atitudes próprias do sujeito. São eles: queixar-se, arrepender-se, vangloriar-se, submeter-se, dentre outros.

Ex: Os garotos queixaram-se do mau atendimento.

d) Pronome reflexivo – Neste caso, dependendo da predicação a que se relaciona o verbo, o pronome “se” pode exercer a função de objeto direto, indireto ou sujeito de um infinitivo, assumindo o sentido de “a si mesmo”.

Ex: A garota penteou-se diante do espelho.

e) Pronome reflexivo recíproco – Podendo também funcionar como objeto direto ou indireto, o pronome “se” corresponde a outro. Tal reciprocidade refere-se à ação do próprio sujeito.

Ex: Inacreditavelmente, aqueles amigos parecem respeitar-se.

f) Partícula de realce ou expletiva – Assim como retrata a própria nomenclatura (realce), tal classificação permite que o pronome seja retirado da oração sem para que isso haja alteração de sentido. Neste caso, liga-se a verbos intransitivos, indicando uma ação proferida pelo sujeito.

Ex: Toda plateia riu-se diante das travessuras do palhaço trapalhão.

Notamos que o discurso seria perfeitamente compreensível caso retirássemos o “se”.

Língua viva: défice, déficit ou deficit?

domingo, 21 de setembro de 2014 0 comentários
Andando nas bocas do mundo, a escolha desta palavra é adequada aos tempos. Embora sejamos nós a ter um programa de assistência financeira, a confusão (linguística, bem entendido…) reside no Brasil. Por cá, tudo clarinho!
1. Défice é o termo mais comummente usado em Portugal. É uma palavra esdrúxula (daí o acento) adaptada do latim deficit.
2. Também é possível recorrer ao latim deficit (3.ª pessoa do singular do presente do indicativo de deficĕre, «faltar»). Não havendo acentos em latim, a forma “déficit” não faz sentido.

CONCLUSÕES:
Portugal (norma luso-afro-asiática)
défice e deficit
Notas: As fontes são unânimes.
Brasil (norma brasileira)
défice e deficit (e déficit?)
Notas: Cada fonte sua sentença:
1. O Ciberdúvidas diz, em 1998: “No Brasil, utiliza-se a forma déficit.”
2. Academia Brasileira das Letras: défice.
3. Dicionários:
a) Michaelis: deficit; b) Dicionário Online do Português: défice, deficit déficit; c) Houaiss: deficit;
d) Aulete: défice e déficit.
4. Num fórum brasileiro, encontrei esta passagem: “É DEFICIT, sem acento. Segundo o professor Luiz Ricardo, da Uerj, o novo acordo prevê a não acentuação dessa palavra, bem como de superavit e habitat.”
Não encontrei no texto do Novo Acordo referências a nenhuma das palavras indicadas, o mesmo acontecendo com o Formulário Ortográfico de 1943…
 
Irei diversificar a pesquisa. Se chegar a uma conclusão, voltarei ao assunto.

O aparelho formal da enunciação

quinta-feira, 18 de setembro de 2014 0 comentários

                                                    
                                                        RESUMO DO CAPÍTULO.


   Benveniste começa fazendo uma distinção entre funcionamento e forma da língua. Segundo o autor, o funcionamento que tem sido considerado somente sob o ângulo da nomenclatura gramatical e morfológica não satisfaz. O que temos que ter em mente é que as condições de emprego das formas não são idênticas ao emprego da língua, porém para toda descrição linguística necessita do emprego de formas. Quando falamos no emprego da língua em situações específicas estamos nos referindo a um sujeito que se apropria da língua (ato individual de utilização) e a coloca em funcionamento, ou seja, cria a enunciação.
   
   Este grande processo que é a enunciação nos faz perceber como “o sentido” se forma em “palavras” e como distinguir entre essas duas noções em que temos que descrever a sua interação. Conforme Benveniste, é a semantização da língua que está no centro desse processo que nos conduz à teoria do signo e à análise da significância. Percebemos como as formas linguísticas se diversificam e se engendram.
   Na enunciação devemos considerar o ato e as situações em que ele se realiza, e ainda os instrumentos de sua realização. O ato individual pelo qual se utiliza a língua introduz em primeiro lugar o locutor como parâmetro nas condições necessárias da enunciação.
   Antes da enunciação a língua é possibilidade de língua, depois da enunciação a língua é posta nas instâncias das categorias (eu, tu ,aqui e agora) e isso necessita de um locutor (enunciador) e um interlocutor (enunciatário) que por sua vez ouve e possibilita um retorno enunciativo. Em outras palavras, o locutor se apropria do aparelho formal da língua e enuncia a sua posição de locutor por meio de indícios específicos. Para Émile, a referência é parte integrante da enunciação, pois o locutor necessita referir pelo discurso e para o outro a possibilidade de co-referir identicamente no consenso pragmático que faz de cada locutor um co-locutor.
   É interessante observar também a importância do termo “presente” como o momento da enunciação. Em consonância com Benveniste, da enunciação é que instaura a categoria de presente e desta surge a categoria de tempo. O presente é que dá origem do tempo, marcado pela enunciação. Vale ressalvar que é por meio do tempo presente que nasce o passado e o futuro. Para Benveniste, “O presente formal não faz senão explicitar o presente inerente à enunciação que se renova a cada produção de discurso” e todo esse processo se dá num continuum, ou melhor, “imprime na consciência um sentimento de continuidade que denominamos tempo”.
   Para finalizar, cada enunciação serve o propósito de unir um ouvinte ao locutor por alguns traços de sentimentos, social ou de outro tipo. Uma vez que a linguagem, nesta função, manifesta-se-nos, não como um instrumento de reflexão, mas como um modo de ação. Benveniste finaliza o capítulo dizendo: “Muitos outros desdobramentos deveriam ser estudados no contexto da enunciação. Ter-se-ia que considerar as alterações lexicais que a enunciação determina, a fraseologia, que é a marca frequente, talvez necessária da oralidade” e que seria preciso também distinguir “a enunciação falada e a enunciação escrita”, pois esta última “se situa em quem escreve se enuncia ao escrever e , no interior de sua escrita, ele faz os indivíduos se enunciarem”.

Abraços !


REFERÊNCIA:


BENVENISTE, E. Problemas de Linguística Geral II. 4. ed. Campinas, SP: Pontes, 1995.

Fonte: http://linguisticopatas.blogspot.com.br/.