Haja Visto ou Haja VIsta ?

sábado, 22 de dezembro de 2012 0 comentários

Haja vista representa uma expressão que, de acordo com a forma adequada, somente é expressa no feminino.
Por certo você tem interesse em ampliar seu conhecimento, haja vista a importância das habilidades requisitadas pela linguagem escrita, não é verdade?
Pois bem, como pôde perceber, há no enunciado uma expressão em destaque (haja vista) que representa o alvo de nossa discussão. Para tanto, analisemos outros enunciados em que essa mesma expressão se evidencia, só que flexionada. Observe:

A expressão “haja vista” se caracteriza como a adequada, pois, independentemente de quaisquer pormenores, apresenta-se como invariável.

Fazendo uma analogia entre os enunciados linguísticos, cumpre dizer que a expressão “haja vista” representa uma expressão verbal perifrástica, ou seja, desenvolvida, e que equivale à forma sintética “veja”. No que tange ao verbo haver, ele está flexionado e demarcado pela terceira pessoa do imperativo afirmativo.   
Assim, mediante tais pressupostos, torna-se imperioso ressaltarmos que a referida expressão somente se considera adequada quando está expressa no feminino, visto que equivale à “vista”, com o sentido de “olho”, e quando se mostra isenta de qualquer flexão (invariável, portanto). Logo, opte sempre por ela:
Haja vista os conhecimentos aqui adquiridos, faça bom uso deles sempre que necessário for.



fonte: Brasil Escola.

Texto: Você sabe qual o conceito?

sábado, 27 de outubro de 2012 1 comentários

Você provavelmente está acostumado a ver a palavra texto. Mas sabe qual o seu conceito? Para entendê-lo, pense nas duas seguintes situações:

1) Você foi visitar um amigo que está hospitalizado e, pelos corredores, você vê placas com a palavra "Silêncio".
2) Você está andando por uma rua, a pé, e vê um pedaço de papel, jogado no chão, onde está escrito "Ouro".

Em qual das situações uma única palavra pode constituir um texto?

Na situação 1, a palavra "Silêncio" está dentro de um contexto significativo por meio do qual as pessoas interagem: você, como leitor das placas, e os administradores do hospital, que têm a intenção de comunicar a necessidade de haver silêncio naquele ambiente. Assim, a palavra "Silêncio" é um texto.

Na situação 2, a palavra "Ouro" não é um texto. É apenas um pedaço de papel encontrado na rua por alguém. A palavra "Ouro", na circunstância em que está, quer dizer o quê? Não há como saber.

Mas e se a palavra "Ouro" estiver escrita em um cartaz pendurado nas costas de um daqueles homens que ficam nas esquinas do centro das cidades grandes que anunciam a compra de ouro? Aí sim, nessa situação, a palavra "Ouro" constitui um texto, porque se encontra num contexto significativo em que alguém quer dizer algo para outra pessoa (no caso, vender/comprar ouro) e, então anuncia isso.

Texto é, então, uma sequência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um todo que tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma determinada situação.

O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto maior de enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto significativo para existir.

Constituindo sentidos
Agora, leia o texto a seguir de modo a aprofundar ainda mais o conceito de "texto".

Circuito Fechado
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis.
Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
 
(Ricardo Ramos)
Você considera que em "Circuito fechado" há apenas uma série de palavras soltas? Ou se trata de um texto? Por quê?

Na verdade, trata-se de um texto. Apesar de haver palavras, aparentemente, sem relação, numa primeira leitura, é possível dizer, depois de outra leitura mais atenta, que há uma articulação entre elas.

Vamos pensar mais sobre isso... Em "Circuito fechado" há, quase que exclusivamente, substantivos (nomes de entidades cognitivas e/ou culturais, como "homem", "livro", "inteligência" ou palavras que designam ou nomeiam os seres e as coisas).

Verifique que pela escolha dos substantivos e pela sequência em que são usados, o leitor pode ir descobrindo um significado implícito, um elemento que as une e relaciona, formando o texto.

Podemos dizer que este texto se refere a um dia na vida de um homem comum. Quais palavras e que sequência nos indicam isso?

Note que no início do texto, há substantivos relacionados a hábitos rotineiros, como levantar, ir ao banheiro, lavar o rosto, escovar dentes, fazer barba (para os homens), tomar banho, vestir-se e tomar café da manhã.
“Chinelos, vaso, descarga. Pia. Sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos.”
Já no final do texto, há o voltar para casa, comer, ler livro, ver televisão, fumar, tirar a roupa, tomar banho/escovar dentes, colocar pijama e dormir.
“Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforos. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.”
Descobrimos que a personagem é um homem também pela escolha dos substantivos. Parece que sua profissão pode estar relacionada à publicidade.

“Creme de barbear, pincel, espuma, gilete [...] cueca, camisa, abotoadura, calça, meia, sapatos, gravata, paletó [...] Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída [...] Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes [...] Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel.”
 
Também ficamos sabendo que na casa da personagem há quadros, pois o narrador usa a palavra duas vezes: no momento do café e na volta para casa. No escritório há "Relógio". Escolha intencional do autor, talvez para relacionar relógio e trabalho, trabalho e rotina.

Depreendemos que o homem é um grande fumante, basicamente, pelo número de vezes em que o narrador fala desse hábito, em vários momentos do dia da personagem: 14 vezes. Além disso, é interessante notar como há sempre a referência à dupla "cigarro e fósforo".

A palavra que explicita o início da ação do homem, ou da atuação da personagem, num dia de sua rotina é "chinelos", usada no início do texto para mostrar o momento do acordar/levantar e depois a hora de dormir.

Há também uma marcação de mudança de espaço, por meio dos termos "carro", usado como que mostrando o horário de sair de manhã e a volta para casa, à noite. No meio do texto há também o uso de um "táxi", provavelmente uma saída do trabalho: um almoço? Um jantar? Uma visita a um cliente?

Enfim, "Circuito fechado" é uma crônica - um texto narrativo curto, cujo tema é o cotidiano e que leva o leitor a refletir sobre a vida. Usando somente substantivos, o autor produziu um texto que termina onde começou. Essa estrutura circular tem relação com o título ("Circuito fechado") e com os dias atuais? Sem dúvida nenhuma, podemos compreender suas relações, não é mesmo? O cotidiano repete-se, fecha-se em si mesmo a cada dia. Rotinas...
domingo, 26 de agosto de 2012 0 comentários

Quando usar o ESTA, ESSA ou AQUELA?

Outro dia me peguei explicando isto para um grupo de alunos meus e me lembrei que eu já até pesquisei uma vez o assunto, pois uma professora teimou em me dizer que não se usa “esta” em um texto. Claro que era ignorância dela, mas aproveito pra trazer a discussão ao nosso tira dúvidas semanal.
A primeira coisa que temos que entender é que os termos têm a ver com a PROXIMIDADE em que os utilizamos, sendo que os termos são aplicados tanto na linguagem falada, como na escrita. Entenda mais:
NA LINGUAGEM FALADA:
Quando estamos conversando com alguém, ela serve para identificar uma coisa/objeto,de acordo com a distância de quem fala.

Veja as frases:
  • Esta cadeira está quebrada (falo da cadeira que está aqui, a meu lado)
  • Você pode me passar essa cadeira? (falo da cadeira que está  ao seu lado)
  • Aquela cadeira é mais confortável (aquela que está ali, não está nem perto de mim, nem de você)
NA LINGUAGEM ESCRITA:
Ela pode indicar distância, tanto no contexto do texto, como de tempo (período temporal), ou também serve para enumerar os elementos dentro da frase.
Vamos ver primeiramente o caso de distância temporal:
  • Este ano será o ano das mudanças (= este, que estamos vivendo, tempo presente)
  • Esse campeonato não foi o melhor para mim (= esse, acabei de viver, passado recente)
  • Tenho muita esperança de conseguir esse título (= esse, está próximo, futuro próximo)
  • Aquele ano foi péssimo para mim (= aquele, que vivi há algum tempo, passado remoto)

Agora vamos ver o caso de distância de uso das palavras, dentro do texto:



(= esta, acabei de citar a obra, está ao lado – ou quase ao lado – da nova indicação que faço dela na oração)

  • (= essa, está próximo, falei dela recentemente. Se eu continuasse a frase falando das obras, a frase poderia ser redigida assim: …mundialmente. Dentre estas obras podemos citar… estas = pois nesse caso eu teria acabado de citar as obras, ou seja, existe maior proximidade)
Temos então o caso de enumerar dois elementos citados dentro de uma frase. Veja:
  • Ana e Maria são grandes amigas minhas. Apesar que esta sempre foi uma amiga mais fiel e sincera que aquela. (esta = Maria, a que está mais próxima na oração / aquela = Ana, que está mais distante na frase).
Ok, parece muita coisa, mas basicamente vale a seguinte regra:
  • Este, esta = uso quando está próximo (de mim ou numa oração ou tempo);
  • Esse, essa = uso quando está mais distante, ou próximo à outra pessoa que converso; e
  • Aquele, aquela = uso para coisas bem mais distantes (de mim ou numa oração ou tempo).



Fonte: Blog da Prof. Silvia Zampar



terça-feira, 10 de julho de 2012 0 comentários

O que é Paralelismo sintático e paralelismo semântico ?



PARALELISMO: consiste em uma sequência de expressões com estrutura idêntica.


PARALELISMO SINTÁTICO: ocorre paralelismo sintático quando a estrutura de termos coordenados entre si é idêntica.

Esclarecendo: termos coordenados entre si são aqueles que desempenham a mesma função sintática dentro do período. Podem aparecer expressões nominais ou orações coordenadas em uma frase.

Vejamos os exemplos:


Ela vende balas e biscoitos.
  • Os termos coordenados são: “balas” e “biscoitos”. Veja que esses termos estão unidos pela conjunção “e” e apresentam a mesma função sintática na sentença: ambos são objetos do verbo “vender”.
  • O paralelismo sintático encontra-se na semelhança dos termos coordenados: veja que tanto a palavra “balas” quanto a palavra “biscoitos” são expressões nominais simples, ou seja, elas se apresentam, na sentença, em uma estrutura sintática idêntica.

Ela pensou na carreira, isto é, no futuro.
  • Os termos coordenados são: “na carreira” e “no futuro”. Veja que esses termos estão separados pela expressão “isto é” e apresentam a mesma função sintática: ambos são complemento do verbo “pensar”,  que rege a preposição “em”(“pensar em algo”).
  • O paralelismo sintático encontra-se na semelhança dos termos coordenados: veja que tanto a expressão “na carreira” quanto a expressão “no futuro” são formadas pela preposição “em” mais um substantivo, ou seja, elas se apresentam, na sentença, em uma estrutura sintática idêntica.

Eu li todos os livros, mas não entendi tudo. 
  • Os termos coordenados são: “Eu li todos os livros” e “não entendi tudo”. Veja que esses termos são duas orações unidas pela conjunção “mas”.
  • O paralelismo sintático encontra-se na semelhança das orações coordenadas: ambas apresentam estruturas sintáticas equivalentes, e os verbos estão flexionados adequadamente.

Prefiro um grupo de estudos pequeno a uma turma de cursinho lotada.
  • Os termos coordenados são: “um grupo de estudos pequeno” e “uma turma de cursinho lotada”. Veja que esses termos são separados pela preposição “a” e apresentam a mesma função sintática: são complementos do verbo “preferir” (“preferir isso a aquilo”).
  • O paralelismo sintático encontra-se na semelhança dos termos coordenados: veja que tanto a expressão “um grupo de estudos pequeno” quanto a expressão “uma turma de cursinho lotada” são estruturas que têm como núcleo uma substantivo, ou seja, apresentam uma estrutura sintática idêntica.

Agora veja:


Prefiro estudar em casa a aulas particulares.  
  • Da mesma forma como na frase anterior, temos dois termos coordenados entre si: “estudar em casa” e “aulas particulares”. Veja que esses termos também são separados pela preposição “a” e desempenham a mesma função sintática de complementos do verbo “preferir”.
  • Nessa frase, porém, temos um problema de paralelismo sintático: veja que a primeira expressão estrutura-se em forma de oração reduzida “estudar”, já a segunda expressão é um termo nominal, isto é, tem como núcleo um nome: “aulas particulares” = núcleo: “aulas”. Essa diferença de estrutura sintática determina o problema de paralelismo.


PARALELISMO SEMÂNTICO: consiste em uma sequência de expressões simétricas no plano das ideias. É a coerência entre as informações.


Vejamos os exemplos:


João gosta de uva e de maçã verde.
  • Sem dificuldade podemos entender a relação semântica entre as expressões “uva” e “maçã verde”: são frutas de que João gosta.

Agora veja:


Ele gosta de livros de ficção e de ovo mexido.
  • Nesse exemplo, os termos “livros de ficção” e “ovo mexido” não constituem uma sequência lógica e esperada na frase. Temos dificuldade de relacionar a presença de ambos os termos na forma como foram apresentados. Esse é um exemplo de falta de paralelismo semântico.

Vejamos um texto retirado da Folha.com:


Português: Falta de paralelismo semântico cria efeito de estilo

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO da Folha de S.Paulo

Já tratamos neste espaço da importância do paralelismo sintático para a clareza da expressão. Em: "Ele hesitava entre ir ao cinema ou ir ao teatro", falta simetria no plano sintático. O uso da preposição "entre" pressupõe a existência de dois elementos de mesmo valor sintático ligados pela conjunção "e". Como a conjunção "ou" indica alternativa, é possível ocorrer confusão num contexto como esse.

É preciso lembrar, entretanto, que a preposição "entre" delimita um intervalo entre dois pontos definidos. Daí o motivo de reger dois elementos ligados por "e".

Mas, atenção. Embora claro do ponto de vista do paralelismo sintático, um enunciado como "A diferença entre os alunos e as carteiras disponíveis na sala é muito grande" contém um problema semântico. Alunos e carteiras não são elementos comparáveis entre si.

A diferença a que se refere a sentença é numérica. Então, o ideal é dizer: "A diferença entre o número de alunos e o de carteiras é muito grande". Agora, sim, a informação ganhou precisão. Faltava na frase o que chamamos paralelismo semântico, ou seja, a simetria no plano das idéias.

Esse é o mesmo problema verificado em construções do tipo: "O time brasileiro vai enfrentar a França nas quartas-de-final". Ora, um time não pode enfrentar um país. Então, entre outras possibilidades: "O time brasileiro vai enfrentar a seleção da França" ou "O Brasil vai enfrentar a França".

Preservar o paralelismo semântico é tão importante quanto preservar o paralelismo sintático. Mas, na pena de um bom escritor, a quebra da simetria semântica pode resultar em curiosos efeitos de estilo. Não foi outra coisa o que fez Machado de Assis no conhecido trecho de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", em que, irônica e amargamente, o narrador diz: "Marcela amou-me durante 15 meses e 11 contos de réis". No mesmo livro: "antes cair das nuvens que de um terceiro andar".

O uso desse artifício parece ser uma das marcas estilísticas do autor. Na abertura de "Dom Casmurro", o narrador diz: "(...) encontrei (...) um rapaz (...), que eu conheço de vista e de chapéu".

No conto "O Enfermeiro", ao anunciar que vai relatar um episódio, o narrador adverte que poderia contar sua vida inteira, "mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel". O elemento "papel", disposto nessa seqüência, surpreende o leitor e instala o discurso irônico.Ter ou não papel para escrever é algo prosaico. A falta de ânimo, um problema pessoal, está em outro patamar semântico.

Essa interpenetração de planos é um dos articuladores do tom irônico do discurso machadiano.

Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha



Para finalizar, vejamos um texto retirado da Wikipédia



PARALELISMO
O que se denomina paralelismo sintático é um encadeamento de funções sintáticas idênticas ou um encadeamento de orações de valores sintáticos iguais. Orações que se apresentam com a mesma estrutura sintática externa, ao ligarem-se umas às outras em processo no qual não se permite estabelecer maior relevância de uma sobre a outra, criam um processo de ligação por coordenação. Diz-se que estão formando um paralelismo sintático.


Paralelismos frequentes


e; sem
Ele conseguiu transformar-se no Ministro das Relações Exteriores e no homem forte do governo.

Não adianta invadir a Bolívia sem romper o contrato do gás.


não só... mas também

O projeto 'não só será apreciado, como também será aprovado.


mas

Não estou descontente com seu desempenho, mas sim com sua arrogância.


ou

O governo ou se torna racional ou se destrói de vez. " Maria Rita, ou seja amiga dos alunos ouperca o emprego."


tanto... quanto

Estávamos questionando tanto seu modo de ver os problemas quanto sua forma de solucioná-los.


isto é, ou seja

Você deveria estar preocupado com seu futuro, isto é, com sua sobrevivência.


ora...ora

Ora a desejava, ora a ignorava .

Fonte: gramatiquice.com.br
segunda-feira, 9 de julho de 2012 0 comentários


Uma rima não é boa pista etimológica

Circulam na web etimologias fantasiosas que nos fazem pensar (e divulgar!) que a palavra "aluno" tem a ver com "falta de luz", ou que "religião" remete à ideia de religação entre a terra e o céu. Semelhanças fonéticas não garantem verdades etimológicas.


Já li em mais de um lugar virtual que "mágoa" provém de "má água", uma água nociva, podre. Guardar mágoa seria reter na memória sentimentos que envenenam por dentro. Não quero magoar ninguém com esta postagem, mas apesar da sugestiva rima "água-mágoa" (que Chico Buarque canta em Gota d'água)... a conclusão etimológica é absolutamente falsa!


A palavra "mágoa" vem do latimmacula, e inicialmente tinha o mesmo sentido da antiga palavra: "mancha", "nódoa", "erro", "defeito". No contexto cristão, significava "pecado": um bom cristão deve apresentar-se sem mágoa diante do tribunal de Deus...

"Mácula", com a mesma origem, contém esses mesmos significados ligados a impureza e desonra. (Basta lembrar que Maria Imaculada é aquela que jamais pecou pois nasceu sem mácula alguma.) O curioso é que "mágoa" foi mais além, e passou a designar também "desgosto", "tristeza", "amargura".


Uma pessoa magoada é aquela que sofre as consequências dos erros dos outros, das ofensas que outros lhe fizeram, dos erros alheios, das máculas produzidas pelo comportamento grosseiro de alguém.

Fonte: http://palavraseorigens.blogspot.com.br/  Gabriel Perissé.
quinta-feira, 7 de junho de 2012 0 comentários



Solecismo é um erro de sintaxe, ou  uma falta cometida contra as normas de quaquer idioma. Existem muitos solecismos, uma vez que se trata de um nome genérico que pode ser aplicado a qualquer tipo de erro sintático.
A palavra vem do latim soloecismos, que se formou a partir do grego soloikismós (falta às regras do idioma), palavra derivada de soloikos (que fala de forma incorreta). Soloikos tomou seu nome da colônia ateniense de Soloi, na Cilicia, onde se falava um grego que - diziam os atenienses - havia sido 'corrompido' devido à presença de numerosos metecos (habitantes de origem estrangeira, sem direito à cidadania).

Solecismo é a colocação inadequada de algum termo, contrariando as regras da norma culta em relação à sintaxe (parte da gramática que trata da disposição das palavras na frase e das frases no período). 

Exemplos: 
Me esqueci. (correto: Esqueci-me.)
Não falou-me sobre o assunto. (Correto: Não me falou sobre o assunto.)
Eu lhe abracei. (Correto: Eu o abracei.)
A gente vamos. (Correto: A gente vai.)


Por hoje é só pessoal.. ! 

A FILOLOGIA COMO DISCIPLINA DA GRADE CURRICULAR DO MEC

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012 0 comentários

José Pereira da Silva (UERJ)

REFLEXO DAS TENDÊNCIAS DA FILOLOGIA ROMÂNICA NA UNIVERSIDADE BRASILEIRA

Aires da Mata Machado Filho cita duas frases de Aurélio Roncaglia para discursar sobre os reflexos das tendências da Filologia Românica na Universidade:

1ª) "A necessidade de integrar um certo especialismo particularístico com um certo universalizo panorâmico e europeu é o problema fundamental e evidentemente constitutivo da nossa disciplina".

2ª) "Fracionamento especialístico e expansão universalística são duas perspectivas imanentes à nossa disciplina, razão por que são, em todos os momentos, as condições existenciais do seu objeto".

A partir destas frases, desenvolve todo o seu raciocínio, para solicitar, ao final a inclusão de Lingüística Geral e Dialetologia no currículo do Curso de Letras, conforme proponho que o acompanhem, em suas próprias palavras, quando continua:

Realmente, essa dupla perspectiva está na lógica peculiar ao desenvolvimento da Filologia Românica. Todavia, por mais que o estado presente da ciência haja comunicado a essa realidade a ilusória feição de crise momentânea, embora se reconheça a impossibilidade prática de hoje alguém dominar extensa e profundamente a totalidade das línguas e literaturas românicas, a imposição daquelas duas perspectivas solidárias resulta, em última análise, de comezinha exigência pedagógica. Importa considerar o fim, os meios e o ideal dos estudos.

Certamente por levar em conta as peripécias e as vicissitudes da Filologia Românica, desde o dieziano apego ao texto literário até a minúcia da estilística de Vossler, de Spitzer, dos neolingüistas italianos, dos neocríticos ingleses e norte-americanos, passando pela faina de genealogistas, pelas análises espectrais dos estruturalistas, pela geografia lingüística, pelos progressos de conceitos e métodos em dialetologia, pelo exclusivista eruditismo dos medievalistas, certeiramente verberado por De Lolis – outros tantos caminhos que se rasgam à visão do estudioso – Tagliavini clamou e reclamou contra "a dura necessidade da especialização".

Para não ficarmos apenas com as opiniões desses senhores, defendidas há quatro décadas, podemos folhear os Ensaios de Filologia e Lingüística, do Prof. Sílvio Elia, recentemente falecido, que apresenta como "Os estudos filológicos no Brasil" uma grande variedade de trabalhos que trata dos mais diversos problemas lingüísticos, filológicos e literários.

Já consciente da dificuldade em discernir os trabalhos filológicos dos lingüísticos, Leodegário A. de Azevedo Filho acaba de publicar os Ensaios de Lingüística, Filologia e Ecdótica, onde insere um capítulo sobre "Os estudos filológicos e lingüísticos no Brasil", com as mesmas características do que nos apresentou Sílvio Elia naquele a que acabamos de nos referir.

"A coisa não é tão fácil como parece", já advertia Aurélio Roncaglia, há mais de quarenta anos. Tanto há fortes argumentos para uma quanto para a outra tendência.

O ideal pedagógico, sempre mantido à vista, desde o surgimento da Filologia, desde a escolha de seu próprio nome, é a força propulsora que faz da Filologia Românica, dotada de inquebrantável autonomia, disciplina central do Curso de Letras, diz Aires da Mata Machado Filho.

Por fim, Aires da Mata Machado Filho considera o enorme peso da tarefa a cargo da Filologia no ensino superior e propõe a criação da cadeira de Lingüística Geral e a de Dialetologia para com isto se fazer uma boa divisão do trabalho, que era desenvolvido pelo professor de Filologia Românica em apenas dois anos.

Para alguns (resume Luís Felipe Cintra), a associação de

certo especialismo particularístico com um certo universalismo pan-românico e europeu" é não só possível como relativamente fácil no estado atual da ciência.

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Para outros, a associação, embora indispensável, oferece sérias dificuldades que é absolutamente necessário vencer. É preciso que a especialização conduza a um desmembramento contrário à própria essência, ao próprio "ideal" da Filologia Românica.

Esse ideal está na "compreensão da cultura românica e européia, através do estudo das línguas que lhe serviram de meio de expressão" e deve manter-se presente no espírito dos que ensinam a Filologia Românica no Brasil.

O Prof. Rodrigues Lapa opina contra a criação da cadeira de Lingüística Geral, propondo que o professor de Filologia Românica se dedique, durante um semestre, a fornecer a seus alunos as noções básicas daquela disciplina, com o qual concorda o Prof. Luís Filipe Lindley Cintra.

O Prof. Nelson Rossi relata as vantagens da criação da cadeira de Lingüística Geral na Universidade Federal da Bahia, principalmente para os cursos de línguas estrangeiras e o Prof. Teodoro Maurer descreve a forma pela qual foi inserida a Lingüística nos currículos de Letras na Universidade de São Paulo.

Falaram também Armando Tonioli, Antônio Houaiss, José Carlos Lisboa, Urbano Tavares Rodrigues, Albino da Bem Veiga e, por fim, Ernesto Faria, que "encerra os debates, recapitulando-os e resumindo-os: essencialmente há a recomendação da criação de uma cátedra de Lingüística Geral nas faculdades de Letras, como verdadeira aspiração geral."

Como se vê, o problema da Filologia no currículo das faculdades de Letras não começou a partir de uma decisão governamental, através do MEC e de seu Conselho Federal de Educação.

Foram os próprios filólogos que propuseram a criação da cátedra de Lingüística Geral, incluída oficialmente, no currículo mínimo, através da Resolução S/N, de 19 de outubro de 1962.

Na quarta edição de Currículos Mínimos dos Cursos de Graduação, de 1981, o Conselho Federal de Educação nos informa, através do seu relator Newton Sucupira, que "O currículo mínimo é o núcleo de matérias fixado pelo Conselho Federal de Educação, na forma do art. 26 da Lei 5.540, de 18/11/68, considerado o mínimo indispensável para uma adequada formação profissional", que será utilizado pelos estabelecimentos interessados na criação ou atualização curricular de seus cursos, que poderão ser complementados "com outras matérias para atender a exigências de sua programação específica, a peculiaridades regionais e a diferenças individuais dos alunos".

Mais adiante, o Conselheiro Newton Sucupira lembra que, "na organização dos cursos deverá ser mantida a nomenclatura do currículo mínimo, admitindo-se, no entanto, que a denominação geral de uma matéria venha a ser explicitada em disciplinas", o que já ocorria na época e continua a acontecer na maior parte dos cursos em todo o País.

Assim, por exemplo, na Universidade Federal Fluminense, existem duas disciplinas compreendidas dentro do que é entendido como matéria de Filologia Românica, pelo Conselho Federal de Educação, Resolução S/N, de 19 de outubro de 1962, Art. 1º, f): Lingüística Românica e Crítica Textual. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, pelo menos parte da matéria de Filologia Românica é dada sob a rubrica de Lingüística Histórica; e em muitos cursos de Letras por esse País afora, a disciplina equivalente à "matéria" Filologia Românica recebe o nome de Lingüística Românica ou algum outro.

De acordo com o Parecer do Conselheiro Valnir Chagas, aprovado sem restrição pela plenária do Conselho, a carga horária do curso utilizada no ensino e aprendizagem de cada matéria é fixada em termos de sua duração mínima, de acordo com os limites estabelecidos pelo Conselho Federal de Educação, de 2.200 horas para o curso de licenciatura plena em Letras, devendo ser integralizado no mínimo de três e no máximo de sete anos.

A definição da carga horária de cada disciplina fica a cargo do departamento responsável pela execução do currículo. Por isto, a diferença de tratamento para a Filologia Românica nos diversos cursos de Letras é quase sempre dependente do prestígio das disciplinas constituintes da matéria de Filologia Românica à época da proposição do currículo.

CURRÍCULO MÍNIMO DE LETRAS

Segundo o Conselheiro Valnir Chagas, em cujos relatos nos embasaremos para as considerações seguintes, a estrutura dos cursos de Letras, na década de sessenta, dava a impressão de algo que se planejou para não ser executado.

O caso extremo é, sem dúvida, o curso de Letras Neolatinas, que habilita[va] ao mesmo tempo, em quatro e até em três anos, para nada menos de cinco línguas com as respectivas literaturas. Na prática, o artificialismo dessa orientação conduziu a duas formas diversas de "ajustamento". A mais comum, na fase de implantação, consistiu em que os alunos considerassem ao mesmo nível todas as línguas e literaturas, terminando por quase nada aprender de cada uma delas. De último, entretanto, a pressão crescente do mercado de trabalho em expansão veio forçar uma busca de maior autenticidade, que os estudantes encontra[ra]m, ou tenta[ra]m encontrar, dedicando-se preferencialmente a uma ou duas línguas e relegando as demais ao plano secundário de um estudo de véspera que lhes permit[iss]e apenas evitar a reprovação.

Depois de algumas considerações, o Conselheiro Valnir propõe

um currículo mínimo de Letras formado por uma parte comum e outra diversificada. A parte comum compreende Português, com a respectiva literatura, Latim e os conhecimentos básicos de Lingüística necessários às línguas vernácula e estrangeiras.

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Por sua vez, a parte diversificada abrange as línguas estrangeiras clássicas ou modernas com as correspondentes literaturas, além de três outras matérias – Cultura Brasileira, Teoria da Literatura e Filologia Românica – que resultarão como básicas ou complementares segundo a concepção que oriente as opções da escola ou do aluno, ou de ambos. A classificação dessas matérias na parte comum seria impraticável e desaconselhável: impraticável, por significar uma quebra de critério de flexibilidade que se adotou, visando a um currículo verdadeiramente mínimo de oito matérias; e desaconselhável, porque duas dentre elas – Cultura Brasileira e Teoria da Literatura – constam pela primeira vez do currículo oficial, de sorte que lançá-las desde já logo como obrigatórias implicaria admitir improvisações que de autenticidade levariam fatalmente ao descrédito.

Com tais características, o esquema proposto enseja uma gama de soluções a rigor imprevisível, dentro da idéia central de habilitar em (a) Português ou (b) Português e uma Língua estrangeira clássica ou moderna, sempre com as respectivas literaturas. Na hipótese que imaginamos venha a ser a mais corrente, a segunda, o aluno estudará as cinco matérias da parte comum (Língua Portuguesa, Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira, Língua Latina, Lingüística) e mais, por exemplo: Cultura Brasileira, um idioma estrangeiro (Francês, Espanhol, Italiano, Inglês, Alemão, Russo, Japonês, Grego, etc.) e a literatura do idioma escolhido; ou, em se tratando de língua neolatina (v.g. Francês), Língua Francesa, Literatura Francesa e Filologia Românica; ou ainda, quando se atribuir maior ênfase aos estudos clássicos, Literatura Latina, Língua Grega e Literatura Grega, surgindo um dos dois campos, Latim e Grego, como principal e o outro como secundário, este sem implicações profissionais; e assim por diante.

Mesmo na primeira hipótese, em que o objeto da formação se circunscreve ao setor de Português, a parte diversificada poderá também assumir coloridos especiais, através de combinações em que, por exemplo, ora predomine o elemento lingüístico (v.g.: uma língua estrangeira moderna, Língua Grega e Filologia Românica), ora se dê mais importância ao elemento literário (v.g.: Cultura Brasileira, Teoria da Literatura e uma literatura estrangeira), ora se mantenha uma posição de equilíbrio entre dois elementos (v.g.: Cultura Brasileira, Teoria da Literatura e Filologia Românica); e assim por diante. É preciso não perder de vista que, até aqui, vimos jogando apenas com um currículo mínimo expresso em "matérias", genericamente consideradas e limitadas ao máximo de oito. Quer isto dizer que as possibilidades de variação, já de si amplas nessa lista nuclear, tenderão a multiplicar-se com o desdobramento de tais matérias em disciplinas e os acréscimos que ao estabelecimento cabe introduzir, a título "complementar", para a configuração do seu currículo "pleno".

Deste parecer resultou a Resolução S/N, de 19 de outubro de 1972, do Conselho Federal de Educação, de que transcrevemos a seguir parte do Art. 1º:

Art. 1º - O currículo mínimo dos cursos que habilitam à licenciatura em Letras compreende 8 (oito) matérias escolhidas na forma abaixo indicada, além das matérias pedagógicas fixadas em Resolução especial:

1. Língua Portuguesa

2. Literatura Portuguesa

3. Literatura Brasileira

4. Língua Latina

5. Lingüística

6.8. Três matérias escolhidas dentre as seguintes:

a) Cultura Brasileira

b) Teoria da Literatura

c) Uma língua estrangeira moderna

d) Literatura correspondente à língua estrangeira escolhida na forma da letra anterior

e) Literatura Latina

f) Filologia Românica

g) Língua Grega

h) Literatura Grega

Relativamente ao currículo mínimo da licenciatura de 1º ciclo (ou licenciatura curta), o Conselheiro Valnir Chagas propõe a transferência da Lingüística da parte fixa para a parte variável e a exclusão da Língua Grega e da Filologia Românica da parte variável, limitando o curso a quatro matérias fixas e a duas da parte variável, "com integralização a fazer-se no mínimo de um ano e meio e o máximo de quatro anos letivos."

CONCLUSÃO

A Filologia perdeu espaço no currículo do Curso de Letras porque havia abrangido um leque extremamente amplo do conhecimento lingüístico naquela fase que precedeu o Primeiro Simpósio de Filologia Românica, o que provocou um movimento oposto ao que hoje se inicia.

Estando extremamente extensa a sua programação, os próprios filólogos propuseram a divisão de seu trabalho com outros especialistas dos estudos da linguagem, o que foi acatado então e ampliado a partir das supracitadas resoluções do Ministério da Educação, quando a Lingüística passou para o quadro das matérias obrigatórias e a Filologia para o das matérias eletivas, abrindo-se espaços para a criação de outras matérias eletivas, além da divisão da Filologia Românica em diferentes disciplinas, como são: Filologia, Filologia Românica, Filologia Portuguesa, Lingüistica Românica, Lingüística Histórica, Dialetologia, Crítica Textual, Ecdótica etc.